sábado, 20 de novembro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

Ferreira Gullar sabe das coisas...


Anoitecer em Outubro (Ferreira Gullar)

A noite cai, chove manso lá fora
meu gato dorme
enrodilhado
na cadeira

Num dia qualquer
não existirá mais
nenhum de nós dois

para ouvir

nesta sala

a chuva que eventualmente caia

sobre as calçadas da rua Duvivier.

domingo, 5 de setembro de 2010

Saudade

...Saudade, da força que tinha os meus olhos nos teus...

...Saudade, de cada momento que eu lembro de cor
Só sabe de amor e saudade
Quem já ficou só...

Saudade, eu tenho saudade
Mas não de contigo voltar.
Eu vivo sentindo saudade
De amar.

Trechos da música Saudade da Nana Caymmi

Quero

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Teatro


Assisti a peça de teatro "As Pontes de Madison". Linda e maravilhosa!!!
Texto, cenário, atores, trilha musical, sonoplastia, iluminação, tudo, tudo perfeitos.
Recomento, claro!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 27 de junho de 2010

Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.

E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.

Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...

Mário Quintana

segunda-feira, 21 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

"Há quem me julgue perdido,porque ando a ouvir estrelas.

Só quem ama tem ouvido para ouvi-las e entende-las..."

Olavo Bilac - Escritor brasileiro

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Achei tão lindo este texto!!! Compartilho.


ENC: MENSAGEM n

Já combinei comigo, meu melhor amigo:

Todos os dias viverei da vida um tanto.

Mas não demais, antecipando o que não veio.

Nunca de menos, precipitando o desencanto.

Todos os dias serei inteiro, pleno, forte e iluminado.

E tudo quanto o que me torno,

Quando alinho minha alma aos contornos do sagrado.

No amor, completo.

Na palavra, certeiro.

No trabalho, agradecido.

No viver, simplificado.

E no carinho, doce, tecendo e refazendo laços.

(Seja esta força que me leve e que conduza meus abraços.)

Companheiro da verdade, deixo sempre que ela fale,

Pois no silêncio não há nada que a oculte ou que a cale.

Todos os dias serei um pouco menos de mim, no fundo.

E sempre mais um tanto assim, comum, do mundo.

(desconheço o autor)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

- Me ajuda a olhar!

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2006, p. 15.

Recomendo o filme: Sempre ao seu lado.

sábado, 2 de janeiro de 2010

E por isso não perguntes por quem os sinos dobram

São palavras de John Donne poeta renascentista:

“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

Pelas vítimas dos alagamentos e deslizamentos...