
Ainda não entendi porque não fui a um dos shows dele. humpf!!! :(
momentos, pensamentos, sentimentos, etc...
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Já combinei comigo, meu melhor amigo:
Todos os dias viverei da vida um tanto.
Mas não demais, antecipando o que não veio.
Nunca de menos, precipitando o desencanto.
Todos os dias serei inteiro, pleno, forte e iluminado.
E tudo quanto o que me torno,
Quando alinho minha alma aos contornos do sagrado.
No amor, completo.
Na palavra, certeiro.
No trabalho, agradecido.
No viver, simplificado.
E no carinho, doce, tecendo e refazendo laços.
(Seja esta força que me leve e que conduza meus abraços.)
Companheiro da verdade, deixo sempre que ela fale,
Pois no silêncio não há nada que a oculte ou que a cale.
Todos os dias serei um pouco menos de mim, no fundo.
E sempre mais um tanto assim, comum, do mundo.
(desconheço o autor)
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!